Logo nos primeiros goles, o álcool ingerido vai para o estômago, é absorvido e começa a viajar pelo corpo por meio da corrente sanguínea, passando pelos órgãos e até o cérebro. O tempo que demora essa viagem pelo sangue depende de vários fatores, como quantidade de bebida ingerida, volume de gordura no corpo, etc.
As mulheres ficam mais suscetíveis aos efeitos do álcool exatamente porque, fisiologicamente, têm mais gordura retida no organismo, o que acaba por repelir a absorção do álcool pelas células, fazendo com que ele permaneça por mais tempo na corrente sanguínea, o que chamamos de biodisponibilidade do álcool. Isso faz com que seus órgãos passem mais tempo expostos aos seus efeitos nocivos, principalmente os mais sensíveis, como cérebro, fígado e coração, por exemplo. Esse é um dos motivos pelos quais as mulheres adoecem mais rápido por conta de bebida: elas têm alterações no Sistema Nervoso Central antes, demência. A cirrose, por exemplo, aparece em média cinco anos antes na mulher que no homem.
Os idosos também são mais suscetíveis aos efeitos do álcool, principalmente porque eles já têm pequenas alterações fisiológicas no organismo, ou algumas doenças como hipertensão e diabetes.
Nos primeiros dez minutos, seu corpo vê o álcool se transformar em veneno, o acetaldeído, e tenta se livrar dele o mais rápido possível. Essa substância é resultado da ação de uma enzima chamada álcool-deidrogenase, presente no fígado, que destrói a molécula do álcool.
Se apenas algumas doses forem consumidas, o período de ação do acetaldeído é curto e os estragos são menores, pois ele é atacado por outra enzima, o aldeído-desidrogenase, junto com outra substância, a glutationa, que transformam o acetaldeído em acetato, uma espécie de vinagre, não tóxica.
Mas a glutationa armazenada no fígado não é suficiente para uma grande quantidade de bebida alcoólica, deixando o supertóxico acetaldeído por mais tempo no organismo. O que ele causa? Além de aumentar a pressão arterial, pode causar derrame, mas, mais comumente, causa fadiga, náuseas, irritação do estômago, dor de cabeça. Reconheceu? É a chamada ressaca. Voltaremos a ela mais adiante.
Enquanto o álcool passa por esse processo químico no fígado, já nos primeiros 20 minutos você começa a se sentir mais solto, eufórico, como se pudesse fazer e ser tudo no mundo. É aqui que geralmente aparece o conquistador que existe em você: sua libido aumenta e você se sente mais ousado, irresistível e paquerador. A felicidade e a excitação nesse momento são comuns, mas essas sensações passam muito rápido.
Danos internos
O uso frequente de bebida alcoólica pode levar a situações de abuso e dependência química. Quando os sintomas do uso do álcool começam a demorar em aparecer, ou ficam amenizados, isso significa que o organismo está se acostumando à substância, ou seja, quando achamos que estamos ficando mais fortes para a bebida, ou seja, mais tolerantes, isso quer dizer que já nos adaptamos a ela. É uma péssima notícia, e uma enorme desvantagem.
Além da preocupação com a dependência, temos ainda os danos que o uso frequente de álcool causa aos órgãos internos. Os mais vulneráveis são:
Cérebro – o álcool afeta o Sistema Nervoso Central e pode causar perda de reflexo, problemas de atenção, perda de memória, sonolência e coma, que pode levar à morte.
Coração – o álcool libera adrenalina, que acelera a atividade do sangue no coração, aumentando a frequência dos batimentos cardíacos.
Fígado – altera a produção de enzimas, mudando o ritmo do metabolismo do álcool consumido, ocasionando inflamação crônica, hepatite alcoólica e cirrose.
Estômago – irrita as mucosas do estômago e esôfago, ocasionando esofagite, gastrite e diarreia.
Rins – o efeito diurético do álcool acaba por sobrecarregar os rins, comprometendo a eficácia do processo de filtragem das substâncias que ocorre nesse órgão.
Estudos indicam que o alcool elimina até 30% da massa muscular adquirida em um treino.
( Sem o treino, são 30% da massa existente, o que já podemos considerar catabolismo) porque a toxidade do aldeído anula a sinalização anabólica.
O alcool aumenta a resistência insulínica periférica, fazendo com que a glicose derivada do alcool retorne para o figado que fará lipogênese da glicose, formando esteatose hepática, degrada a microbiota intestinal, ocasionando disbiose, que provoca a formação de citocinas inflamatórias. A elevação das citocinas elevam cortisol por mecanismo compensatório antiinflamatório e a presença dos glicocordicoides do cortisol, ocasiona retenção hídrica e resistência insulínica.
A oxidação de álcoois, formam aldeídos e a oxidação dos aldeídos são posteriormente oxidados em ácidos carboxílicos como o
metanal, ou formaldeído.
Mais conhecido como formol, altamente tóxico.
Só isso acontece por você beber.
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